9/21/2006

Once I Loved*




















Georgio De Chirico - La nostalgia dell'infinito


A única evidência, além da música, é que o amor é a coisa mais triste, quando se desfaz**. Sei quase nada. Mas sei. Dessa infinita tristeza. Dessa nostalgia infinita. Sermos pequenos como as nossas sombras. E desejarmos abismos. Sei dos abismos e das alturas. E das vertigens e das quedas. Sei até das mentiras. E das verdades mais duras. Sei quase nada. Apenas sei (porque me ensinaram) que pensar é estar doente. Dos sentidos. Mas pior. A única evidência, além da música, são as palavras apagadas uma a uma. Sei da nostalgia. E da inquietude. E da esperança. Sei do infinito das paixões violentas. E do instante do amor em paz.

* Shirley Horn (6:50) in 'Close Enough For Love'

** Tom Jobim e Vínicius de Moraes O Amor em Paz, de que a música que toca é uma versão.

17 comments:

Anonymous said...

hai un'abilità straordinaria di fare musica...musica nelle immagini e suggestioni che escono dalle tue parole.sempre bello leggerti..e ascoltare.

ciao
*grace

P.S.
Please, forgive me if I explain in italian, but my english is not enough good yet(my portuguese, too...)

Elisa said...

Ciao Grace
Io no parlo italiano... ma mi piace molto. I can read it, anyway. I think that the most important is not the way we choose to spoke, but that we can understand each other. Using different languages (words, music, paintings...).
Unfortunatley I don't 'make music'... I just feel the music.
I am glad that you think that what I am doing here is beautiful... I am not sure... anyway... all of these... are just feelings...
Baci

Anonymous said...

Yes, I 'feel'..The music, too.beyond words ;)

ciao Elisa..

Elisa said...

Grace
I know that :-)
I really know that.

Anonymous said...

Elisa,

I have to disagree with you when you say that "you don't make music". I hear the most beautiful sounds when I read your words. They are the sounds that one wants to play over and over again to the point that the flesh hurts but the soul is soothed by knowing that someone can translate its deepest secrets...

Elisa said...

Firvidas

Talvez eu produza sons dentro de ti, com as minhas palavras. Talvez breves rumores... não sei. Fico contente que as palavras te façam ouvir coisas bonitas.
A tradução dos segredos mais profundos... pois que tantas vezes partilhamos (sem saber) a mesma (ou uma muito parecida) dor ou felicidade... isso aproxima as pessoas, penso... ou pelo menos identificamo-nos com o que elas dizem de si mesmas.
Fico contente com esta proximidade.
Beijo

firmina12 said...

já não sei se tenho pena que as proximidades sejam tão virtuais

Elisa said...

Firmina
Vi o teu nome e pensei que fosses outra pessoa. Mas não. Bom, talvez sejas outra, no sentido do Mário Sá-Carneiro... de qualquer modo, também tenho uma proximidade com esse teu nome: firmina.
E sabes? As proximidades são todas virtuais. Aqui ou 'lá fora'. Um amigo disse-me uma vez isto:'somos todos virtuais'... e não é que somos mesmo? Por mais próximos que estejamos... somos sempre virtuais.
De modo que também eu não sei se tenho pena das proximidades. Na verdade tenho mais medo que pena.

Carlos said...

Shirley Horn, que eu tanto tenho houvido nos últimos tempos...
Abraço.

Elisa said...

hum... Carlos. Há-de haver (;-))) uma razão para andares a ouvir tanto a Shirley Horn.
Mas por acaso pensei que andasses a ouvir mais a Diana Krall... pelo que li no The Cat Scats.
Beijo

Carlos said...

Perdão: que eu tanto tenho ouvido (e não houvido). Enfim...
Novo abraço (e votos de um excelente concerto).

Carlos said...

Há tempo para tudo, Elisa. :)
Mas, em todo o caso, sempre adianto que a Krall anda no leitor de CD do carro. A Shirley Horn tenho ouvido em casa, tarde tarde da noite...
Um terceiro abraço.

Elisa said...

Ora, estais perdoado. Mal havido de ouvido, provavelmente. Mas a que concerto te referes? Ao Corea? Não vou. Já não havia bilhetes para ouvir.
Novo beijo (e votos de excelente tudo)

Elisa said...

ups...
Há tempo para nada, também. :-) Mas sim, decerto, tempo para ouvir de tudo, claro que há.
um terceiro beijo.

Carlos said...

Pois, acho que já me tinhas dito que não tinhas conseguido bilhete. Mas sempre tens o Sassetti, daqui a pouco, no Aveirense. Só não fui porque tenho que ir a uma festita na casa de uns amigos.
Quarto e último abraço (estou de saída)!

Elisa said...

Talvez tenha dito sim... não me lembro. Quanto ao Sassetti, queres tu querer que me esqueci? Bom, também não era a solo e as orquestras baralham-me um bocado os sentidos.
Boa festa.
Vá... agora um abraço, que eu até sou de abraços.

Elisa said...

queres tu querer? bom, isto neste dia era pior a emenda que o soneto... queres tu crer, caraças.