4/27/2006

Blue Skies*










René Magritte - La Promesse

Não é como se uma única palavra tua me salvasse. Mas dizes-me uma palavra. Essa. E acontece que me salvas. Salvas-me de mim. Do que (não) era capaz. Muitas coisas vão desaparecendo. E no seu lugar. Outras coisas. Nascem. Como eu nasço. Salva. Ou limpa. Quando me dizes a única palavra que me parece possível. Entre nós. Como eu nasço para ti. Nas tuas mãos. Ou no teu peito. E não haverá mais nada. Que não céus azuis. Pássaros azuis. Dias claros. Horas inteiras. Instantes tranquilos nos teus olhos. Olho-me, salva, ao espelho. E penso. Em que céus azuis voavas tu que não vinhas ensinar-me a felicidade? Não é como se uma única palavra tua me salvasse. Mas dizes-me. A única palavra. Que importa. No mundo. E acontece. Que me salvas.

*Dinah Washington (7:52 ) in 'After Hours with Miss D'

4 comments:

Anonymous said...

Em que mundo existias tu que era paralelo ao meu, mas tão distante no espaço? Agora o espaço preencheu-se de céus azuis nos quais libertamos as nossas asas num voo rasante na atmosfera. Neste mundo que é o nosso, há um céu azul imenso para pintar a lapis-lazuli. Bem vinda ao meu mundo. Amo-te.

Elisa said...

Confesso que penso, por vezes, em como todo este azul pode ser enjoativo para os demais... Estou bem no teu mundo, no entanto... não há outro 'lugar' onde queira estar.

Carlos said...

O azul nunca é enjoativo. Nunca!
Um dia destes tens de disponibilizar "Blue gardenia", pela voz da mesma Dinah Washington, disponível num álbum belíssimo (e com a capinha toda azul!), "For Those In Love".
Abraço.

Elisa said...

Hum hum, Carlos... pronto. Não enjoa, não enjoa.